::Critica a Mente::

terça-feira, fevereiro 15, 2005

[0213] Korreio do “akaso”..

Quando cismo à hora do poente
Sobre os rochedos onde brame o mar...
Era uma elegia. O rapaz contava, em quadras, as longas contemplações em que a via a ela, Leopoldina, visão radiosa que deslizas leve, nas águas dormentes, nas vermelhidões do ocaso, na brancura das espumas. Era uma composição delambida, dum sentimentalismo reles, com um ar tísico, muito lisboeta, cheia de versos errados. E, terminando, dizia-lhe que não era “nos esplendores das salas” ou nos “bailes febricitantes” que gostava de a ver: era ali, naqueles rochedos,
Onde todos os dias ao sol posto
Eu vejo adormecer o mar gigante.
[ Eça de Queirós, do livro «O Primo Basílio» ]

Enviado por: Jamille Reis (Salvador Bahia, Brasil)