::Critica a Mente::

quinta-feira, agosto 18, 2005

[0328] C de kanibalismo..

Portugal igual a Verão
Portugal é igual a Verão
Terra sã e abençoada
Com calor como um fogão
Até quando é consoada

Há burrice e ignorância
Corrupção, coisas que tais
Há a tragédia da ganância
E os fogos florestais

Temos seca, falta d´água
E gastamo-la a rodos
Ninguém sofre com a mágoa
Da nossa falta de modos

Há desastres na estrada
Nepotismo e amiguismo
Há uma plebe iletrada
Mantida no analfabetismo

Até estranha, quem cá vem
Este povo pessimista
Tanto o filho como a mãe
Partilham a mesma vista

Portugal só vale o sol
Somos uma merda em tudo
Exceptuando o futebol
O portuga é carrancudo

A culpa é do Governo
Do patrão, ou do vizinho
Minha não, que eu sou moderno
Ó amigo, vai um copinho?

Amanhã é um novo dia
Com sorte, ainda é pior
Ah, povo com a mania
De acarinhar a dor

Temos tanta auto-estima
Como um patinho feio
Não há forma da apatia
Ser corrida deste seio

E essa é a ironia
Destas minhas curtas letras
Portugal até podia
Aguentar-se nas canetas

Essa volta que é precisa
Depende só de ti
Quando olhares p´ro futuro
Na dúvida, sorri.

Miguel Barros