Sempre se relacionou o campo com o amor e foi bem pensado: nada enquadra melhor a mulher amada do que o céu azul, os aromas, as flores, as brisas, a solidão resplandecente dos campos ou dos bosques. Por muito que se ame uma mulher, seja qual for a confiança que se tenha depositado nela, qual a certeza sobre o futuro que nos inspira o seu passado, somos sempre, em maior ou menor grau, um pouco ciumentos. Se já esteve apaixonado, verdadeiramente apaixonado, já deve ter sentido a necessidade de isolar do mundo o ser para quem se deseja viver inteiramente. Parece que, por mais indiferente que ela seja ao que a rodeia, a mulher amada perde um pouco do seu perfume e da sua harmonia em contacto com os homens e com as coisas.
[ Alexandre Dumas, do livro «A Dama das Camélias» ]